Todas as atividades que fazemos na montanha, principalmente aquelas atividades em que fazemos ascensões a cumes ou percorremos distâncias em altitudes acima dos 2000m surge sempre a expressão “Mal de Montanha” e com ela muitas dúvidas e falsas certezas.
Vimos tentar aqui desmistificar este tema e se possível contribuir para uma Montanha mais segura.
O que é o “Mal da Montanha”?
O “Mal da Montanha” é uma doença grave causada pela altitude, que pode levar rapidamente à morte ou, no mínimo, faz-nos passar um mau bocado.
No Nepal, reino por excelência dos trekkings de todos os géneros esta enfermidade manifesta-se em cerca de 58% dos que praticam a atividade. Manifesta-se quando o corpo atinge altitudes acima dos 3.000 metros e não há nada que faça prever a sua aparição.
Desde o maior desportista ao expert das montanhas todos tão à mercê deste mal como o turista comum. Para piorar, o facto de não se sentir mal da primeira vez, não quer dizer que assim seja da próxima. Felizmente, a cura é fácil: basta descer – às vezes cem ou duzentos metros – e os sintomas desaparecem.
A vergonha de desistir ou de atrasar o grupo leva muitas vezes a um ritmo forçado e a frustração de não completar o trekking faz com que se desculpe uma dor de cabeça ou as náuseas com a mudança de hábitos alimentares ou com uma constipação.
As últimas consequências são o coma e a morte, por edema pulmonar ou cerebral e os médicos previnem que em caso de dúvida, assuma que se trata desta doença e pare no mínimo 24 horas. Caso os incómodos desapareçam pode continuar a subir, sempre com paragens para aclimatação ou melhor ainda descidas para descansar/dormir e então voltar a subir.
As regras principais são: subir lentamente (cerca de 300 metros por dia), dormir mais baixo que a altitude máxima a que passou, conhecer os sintomas e, sobretudo, não os ignorar.
Não é factor de protecção:
- ter treino em trekking;
- ter experiências anteriores em altitude;
- não ser fumador;
- estar em boa forma;
- estar há mais de 24 horas em altitude (pode surgir após dias de permanência em altitude).
É factor de risco:
- Altitude igual ou superior a 3.000 metros;
- subida rápida (mais de 600 metros num dia);
- actividades cansativas;
- experiência anterior com “Mal da Montanha”;
- obesidade;
- falta de paragens de aclimatização;
- uso de sedativos ou comprimidos para dormir.
São sinais de uma aclimatização normal do corpo à altitude:
- sono mais leve;
- respiração acelerada;
- caminhar muito devagar;
- aumento da excreção de urina.
Primeiros sintomas (podem aparecer em bloco ou um de cada vez):
- dores de cabeça que não passam;
- insónias;
- falta de apetite;
- tosse seca;
- diminuição da excreção de urina;
- falta de fôlego, mesmo em descanso.
Por tudo isto é muito importante não ir sozinho para a montanha e se possível contratar os serviços de uma empresa especializada como a Strike Tours.
Conheça algumas das nossas propostas para:
Conhecer os sintomas e conhecer-se a si e acima de tudo seguir à risca as indicações do guia.
Para mais informações acerca desta maleita aconselhamos a consulta da Harvard Health Publishing